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1. |
Dor de Língua
03:08
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Sou um louco curto farra
Limpo o chão desta casa
Se não gostas vira a cara
Se não danças então baza
Sou quem sou mais não dou
Não sou de graxas no meu show
Tens vergonha temos pena
Não me interessa a tua rena
Sou a vergonha da família
Não sou médico sou reguila
Faço merda todo o dia
E limpo o cú na tua camisa
Sou marado sou mamado
Não improviso nem canto fado
O que não fui e podia ser
Fez este som que está a bater!
(Refrão)
Ás vezes penso e não dá em nada
Tenho a cabeça em água
Por mais que tente e arrebente
Não faço sentido foda-se!
Podia ser um gravatas
Sentado no meu escritório
Mas não curto mesmo nada
Esses fatos de velório
Quero viver e sobre viver
Não sei nada de nada, man
Já estou farto de cobrar barato
Porque caro é que dá dinheiro
Bebo cerveja ás 3 e meia
Bebo a mais gorda e a mais feia
Falo ás vezes sem parar
Porque calado só sei ouvir
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2. |
Isto Vai Arder!
06:01
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Estou cansado que venham dizer que esta merda não bomba,
Não parte o barraco, sa foda a vossa opinião,
Não quero saber, não quero aprender
Só quero dizer o que vai na cabeça, mais nada interessa
O mundo lá fora já está uma merda
É tudo uma treta, não há solucão
Nenhuma saída para a salvação
Isto vai arder, isto vai arder
Vai tudo abaixo e ninguém quer saber
Muito menos eu muito menos eu
Não vou lamber o cu a quem prometeu
Lambam vocês, lambam vocês
Tratem da vida de merda que levam em vez de uma saída
A vida é fodida, a vida é fodida!
Abre a porta, a vida é força
Está na hora de arrebentar a onda
Não há tempo para lavar pratos foda-se
Quem é que manda nesta merda toda?
Estou cansado que venham morder
Na mão onde comem sem ter que fazer nenhum,
Gritam, criticam, choram aflitos
Dizem que um gajo não sabe o que diz
És só mais um que ponho de parte,
O fado ensinou-me a ter cuidado
Olho em frente, porém, de lado
Deixo que a vida revele a verdade
Tira a mentira do canto do olho
Podes fingir que eu dou-te molho
Comigo não brincas, nem fazes de conta
Comida que trincas, não pago a conta
Com Ângela na casa não há brincadeiras
Limpas o chão com bocas foleiras
Sou tirano no comando,
Sou quem sou, eu sou Estranho
Abre a porta, a vida é força
Está na hora de arrebentar a onda
Não há tempo para lavar pratos foda-se
Quem é que manda nesta merda toda?
Quem? Quem? Quem? Somos nós!!!
Isto vai arder!
Isto vai arder!
Isto vai arder!
Isto vai arder!
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3. |
Submundo
05:32
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Não se esqueçam de que tudo o que vocês se esquecem
Vem parar cá em baixo, ao submundo.
Bem vindo ao nosso mundo
No submundo o paraíso é um mito, lá no fundo
Por debaixo do inferno, já estive lá, mudo
Quieto e assustado, vi o diabo juro
Nós somos a irmandade do esquecimento
Vivemos cá em baixo há imenso tempo
Aproveita cada segundo,
Antes que os ratos voltem.
Aproveita cada minuto
Antes que as feridas soltem!
Somos orfãos da vida, da cultura e da sina
Da responsabilidade de quem não acredita em nós
Fomos sempre renegados, maltratados por pensar diferente?
Levados noutros caminhos sem visão prudente?
Entregues ao destino Somos folhas soltas
Não temos nome nem bandeira, ovelhas loucas!
Vivemos no anonimato da humanidade.
No Submundo as crianças brincam com os ratos no alçapão
No Submundo não há mais esperança para tanta multidão
Aqui em baixo somos irmãos, cuidamos de todos
Sejam drogados, marados, abandonados, génios ou tolos
Ali cuidamos dos feridos, aqui lembramos os esquecidos
Alimentamos as crianças que choram à noite por um ninho.
Quem é que nos dá, quem é que nos traz
Comida e garantias?
Quem é que nos ouve, quem nos representa?
Os ratos não acreditas?
A nossa vida, esquemas, pra não falar dos problemas
Arranjamos qualquer saída e nem é preciso guita!!!
Nós somos humanos e não parasitas
Mas Paralisamos a espinha desses cabrões filhos-da-puta
Filhos do capitalismo
Que Roubam e matam, violam e estragam
Escondem e lavam, inventam e sujam
Tudo o que nos é querido
Já estamos fartos disto!
Já estamos loucos nisto!
No Submundo as crianças brincam com os ratos no alçapão,
No Submundo não há mais esperança para tanta multidão.
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4. |
Quarto Pt.1 (ft. Moca)
05:02
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Neste quarto não há espaço mas invento
Enrolo mais um coche do rebento,
Atinjo um patamar mais intenso
Só preciso de um descanso
De um pouco de alento
Neste mundo em que batalho sempre
Estou na frente de combate, mano
Sempre.
Estou colado no meu quarto, no meu charro,
No meu universo, no meu tecto, nos meus versos,
Naquilo que quero e não quero
Faço o que eu quiser
Mando uma bongada para esquecer esta merda toda
Estou farto que a vida me foda
Só me apetece arrebentar com esta merda toda
Mas relaxa, que isso passa
Deve ser da traça...
Quero fugir mas não posso
Perdido num mundo sem norte
Acendi o charro e voei
Para tão longe que não sei
Onde estou...
Tenho todo o tempo do mundo
Mas lá no fundo estou quieto
Faço de tudo bem fazendo nada
Estou lerdo
Quem me conhece não sabe
Que esse gajo faz frete
Neste mundo em que é certo
Misturar o errado no enredo
Parto do quarto, estou farto,
Meto a quarta em Marte,
Parto para um universo dentro deste verso
Onde o corpo não sofre,
A morte não chove,
E a vida sorri por cima de mim
Delírios, enfim, de uma negra fome
Quero fugir mas não posso
Perdido num mundo sem norte
Acendi o charro e voei
Para tão longe que não sei
Onde estou (2x)
Deixo que o fumo me leve
Para bem longe, para bem perto do Evereste
Aqui em cima estou bem
Todo o oxigénio que respiro despreocupado
Faz-me desocupar a mente e voar alto para outro lado
Um lugar onde possa ser eu mesmo sem que me chateiem
Tenho uma ideia cheia de alegrias não sei donde veem,
Tento lembrar-me, mas não consigo estar, a par,
O esquecimento dá-me paz mas faz-me mal
No final, não saber com quem contar
Cada um para seu lado, todos lambem o umbigo
Que se fodam todos na comunidade, nem sou teu amigo
Tás a olhar para onde, man? Que é que queres de mim?
Daqui não levas nada, corres a chapada é assim na street!
Que se foda a partilha e a solidariedade!
Pobreza, violência, crime, fome e dor
Essa é a realidade
Que se foda a justiça, educação mata!
Pobreza, violência, crime, fome e dor
Sempre com raça! (2x)
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5. |
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O dia está cinzento mas eu não me vou abaixo
Saco de umas latas e pinto no muro desses fachos
Sai da frente ou junta-te a mim, não atrapalhes
Muita sede de justiça corre nestes braços
Yo, quer ou não acredites o caminho dos vencidos
Está traçado para sempre, pensa um bocado
Sim ou não, é a resposta que peço
Se realmente quiseres escolher o outro lado
Aqui tens uma saída, não é a terra prometida,
É uma forma de vida, talvez uma salvação
São, dois comprimidos, um vermelho e outro azul
Um traz a insurreição e o outro um mundo blue
Pensa, acção ou indiferença? O Mundo ou a dispensa?
Lenta não pode ser a decisão,
A verdade não espera p'la revolução
A vida continua e nada muda meu irmão
Vem! traz a força que te faz viver
Sem! censuras nem medos
Quem, vai-te fazer parar
Quando souberes, aquilo que queres, da tua vida?
Vem! traz a fome que te faz criar
Sem! Talheres nem fitas
Quem vai-te fazer vergar?
Punho firme no sistema, não mandas na minha vida!
Como é que vai ser? Qual é o que vais escolher?
O comboio vai partir e vais ficar para ver?
Uma vida de luta com a mente desperta?
Ou uma vida de gruta com a mente deserta?
Sente aquilo que te corre nas veias, ouve o coração
Liberta-te dessas teias, ouve a razão
Não queremos mais areia para os olhos, não!
Vão todos pró caralho, ninguém manda em mim e no meu irmão!
Este sistema é mais que um problema
É um cancro sem cura: "Destrui-lo È o nosso lema!"
Esquemas e mais esquemas pra nos derrubar
Somos mais espertos do qu'eles, "Não nos vão enganar!"
Sufoca ou troca a tua vida maluca
Mata ou esboça um mundo novo que te espera
Leva a sério aquilo que te move e escreve na pele
"No destino de um homem sem norte,
A sorte não depende dele mesmo."
Vem! traz a força que te faz viver
Sem! censuras nem medos
Quem, vai-te fazer parar?
quando souberes aquilo que queres da tua vida
Vem traz a fome que te faz criar
Sem talheres nem fitas
Quem vai-te fazer vergar?
Punho firme no sistema, não mandas na minha vida (2x)
No outro lado
Estamos
No outro lado
Yeah!
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6. |
Na Espera
08:03
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Enquanto espero aqui pela minha vez de ir embora,
A cidade corre, não pára
O ritmo que lateja na calçada não cessa,
Apressa toda esta gente magra e fraca
Todo este fumo negro,
Todo este rumo incerto
Toda esta fé que nos move,
Um absurdo que nos consome (2x)
Conto as horas, as ruas, as caras,
As lojas, as mágoas e as miúdas
Vida que escorre,
Olhares que não param,
A verdade sangra em cada um nós
Em cada beco sem saída
Em cada casa sem comida
Em cada mente sem destino
Em cada boca uma mentira
Chega para todos nós (x2)
Haverá sempre uma cidade em todos nós
Haverá sempre confusão em todos nós
Haverá sempre correria em todos nós
Haverá sempre ganância em todos nós
Haverá sempre injustiça em todos nós
Haverá sempre poluição em todos nós
Haverá sempre guerra em todos nós
Haverá sempre solidão em todos nós
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7. |
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Pesado está o ar que compro caro
Negócio barato para quem tem bom faro
Ando ocupado no meu cargo de indivíduo
Preso a trabalhos de merda, estou perdido
A minha alma anda presa e muito inquieta
Por não ter o à vontade de exprimir o que me afecta
Sem destino ando eu nestas ruas negras
À procura da verdade nas profundezas destas trevas
Sai da minha frente que estou cego
Não vejo nada meu, apenas vejo negro
Pra mim é tudo merda, o cenário tá uma merda
Não me treinaram para esta cena, isto é tudo uma treta
Estou perdido, desiludido, triste, deprimido
E não há comprimido que me cure o atrofio
Não há salvação, não vejo cores na escuridão
Daqui ninguém me tira estou longe da redenção
Graças a quem matou o meu deus
Assim não há esperança e tá-se muito bem!!! (x2)
Sonhos cor-de-rosa só me acontecem quando estou sóbrio
Mas como nunca vivo sóbrio tá foda, que se foda
Sou pobre e inquieto, sou inseguro e incerto
Tenho larvas no meu cérebro, a sério não compreendo
O cinzento vivo em mim como cinzas no cinzeiro
E as beatas são a única coisa que eu vejo o ano inteiro
Há muito que não fodo, há muito que não amo
Há muito tempo que o tempo não flui em mim, é estranho
Faz um ano, ou anos?
Não sei, não me lembro.
As miúdas desta cidade não me estimulam
Quem me dera que houvessem putas, a sério, puta!!!
Eu sou muito estranho,
Estes putos não ouvem nada, muito mimo, muita jarda,
Nem com carinho nem à chapada
É o que eu digo, merda
Faça o que faça o caminho que se traça
Sai sempre roto e nem é preciso traças
Graças a Deus que o meu Deus está morto
É que assim não há esperança e tá-se muito bem
Graças a quem matou o meu deus
Assim não há esperança e tá-se muito bem!!!(2x)
Pesado anda o ar que compro caro
Negócio barato para quem tem bom faro
Ando ocupado no meu cargo de indivíduo
Preso a tarefas que me consomem, estou perdido
A alma que me ferve anda muito inquieta
Por não ter a liberdade de exprimir o que me afecta
Sem destino ando eu nesta realidade
Há muito alienado em busca da verdade
Qual verdade?
Não há verdade que se cheire nas cabeças de hoje em dia
Esconde a tua, infecta a outra com mais uma mentira
Sai da minha frente que eu estou cego
Não vejo cores apenas e só vejo negro
Negro...
Para mim tudo são trevas!!!
Esses sorrisos amarelos são ouro na escuridão!
(Tosse)
Vou arrancar todos esse dentes
Um por um!
O pânico consome-me como a fome de um mendigo
Futuro não existe nem presente que me aguente, tenho dito
Pensamentos negativos fodem-me os actos positivos
Os amigos são distantes e quero comÍ-los vivos
Graças a quem matou o meu deus
Assim não há esperança e tá-se muito bem!!!(4x)
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Ângela Polícia Antwerp, Belgium
"Ângela Polícia é uma manifestação de intervenção social e espirros emocionais.
Numa fusão de vários estilos musicais
urbanos como hip-hop, dub ou punk, Â.P. aborda temas variados como consciencialização, injustiça, violência, depressão, união, rotina, boémia ou sobrevivência.
Não é preciso esconder as armas e o material que este Polícia está do nosso lado."
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