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1. |
Dùbio
03:54
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Sou dúbio, completamente múmio
Vivo num absurdo que se foda o lúcido
Bruto e mórbido,
Quero é subir cada vez mais fundo
Que se foda o mundo, que se foda tudo!
Viva a merda de vida congelada, heroína na narina
Overdose cá em cima, não há cura neste prisma
Colado e agarrado à rotina, rebolo em direcção à morte
Desvario na ravina
Avario por dentro, um desvio do centro,
Choco mesmo de frente com a vergonha da mente,
Esqueço aquilo que sinto, minto, grito, frito,
Dito por não dito, lixo, esguicho de tinto no olho do frincho
O chão que piso não é liso, é manhoso e movediço,
Estranho caminho que sigo de frente para o abismo
Vou na frente desfocado, no topo nublabo
Mijo um arco-iris cá de cima, puto malcriado!
Sempre colado, sempre desvirtuado
Daquilo que importa pois trancou a porta, (estou mesmo chapado!)
Lado a lado com o perigo sinto-me mais vivo
Sinto-me guloso, sinto-me mais rico
Sou dúbio, completamente múmio
Vivo num absurdo que se foda o lúcido
Bruto e mórbido,
Quero é subir cada vez mais fundo
Que se foda o mundo, que se foda tudo
Não tenho amor próprio, sou rato de esgoto
Não nades comigo, afogas-te logo
Tenho asas de betão, p'ra voar bem fundo
Eu mostro-te o nada, o vazio que curto
Dentro de mim, dentro de um sonho arrasado
Pela realidade que vivo, caguei não rimo
Digo o que sinto, porque o que quero é tinto
Do mais sujo que apague pensamentos lixo
A minha visão turva,
Não virei na curva,
Vou sempre em frente, alguém que me apanhe
O céu está muito estranho, rosa e castanho
Quem é que comprou estas tilhas, mano?
Boas comó catano, furam o tecto do crânio
Saio de mim para fora, Ângela Propano
Propago-me profano
Sou lixo da semana
Todos atiram-me fora
Mas ninguém me apanha
Sou dúbio, completamente múmio
Vivo num absurdo que se foda o lúcido
Bruto e mórbido,
Quero é subir cada vez mais fundo
Que se foda o mundo, que se foda tudo
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2. |
Perigo!
04:49
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Eu sei quem sou
Quem sou só eu sei
Quem não era eu
Eu dei a alguém
Faz de conta que eu não te contei
Eu era esse alguém
Que fugiu e nunca
Se mostrou a ninguém
Digam o que digam sei quem sou
Sou o mau da fita, tu brincas mas não trincas o meu flow
Brinco na areia com as teias do teu gozo
Finto as intrigas, duvidas do meu esforço?
Rasgar mentes é o meu dom
Pular a cerca de manhã cedo eu vou
A cultivar trevos no deserto estou
Não deixo que o sonho se enterre no lodo, yeah!
Fugi p'ra bem longe daqui
Aqui ninguém fala, só comem o que lhes dizem
Não acredites no que te digo
Segue em frente e chega são no teu abrigo, yeah!
Lá fora o perigo, cá dentro o inimigo
Ueeeh!!! Ueeeh!!!
Lá fora o perigo, cá dentro o inimigo
Ueeeh!!! Ueeeh!!!
Eu sei quem sou
Quem sou só eu sei
Quem não era eu
Eu dei a alguém
Faz de conta que eu não te contei
Eu era esse alguém
Que fugiu e nunca
Se mostrou a ninguém
Temos olhos dentro de nós, não vemos
Eles sabem bem o que nós queremos
Tiram-nos tudo, deixam-nos mudos
Ficam com os lucros e nós com o fundo
Frutos e furtos, mundos corruptos
Homens soturnos e escravos imundos
Fica com o que é teu, dá cá o que é meu
Contigo não brinco, não quero sabor teu
Sempre sonhei com humanidade unida
Fico doente com tanta injustiça
Não quero saber mais, não quero o presente
Só quero fugir destruiram o ventre
Lá fora o perigo, cá dentro o inimigo
Ueeeh!!! Ueeeh!!!
Lá fora o perigo, cá dentro o inimigo
Ueee!!! Ueeeh!!!
Eu sei quem sou
Quem sou só eu sei
Quem não era eu
Eu dei a alguém
Faz de conta que eu não te contei
Eu era esse alguém
Que fugiu e nunca
Se mostrou a ninguém
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3. |
Flex! (ft. Pesca)
05:31
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Eu venho de outras zonas
Pesca a representar neste trapdub
Sou inventor de histórias
Fico na lua sempre stoner na minha bubble, what?
Na Babilónia sobrevive quem luta forte na zona,
Sai da colónia, liberdade não é privilégio, é honra
Guerreiros da vida não sonham
Enquanto falsos ídolos só vivem de broma
Real dealers não entram na onda
Quero ver os dentes que mordem na sombra
Fica na tua senão levas a folha
Dreadlocks na esquina desfolham a bófia
O ódio prolifera nas águas de Jah, olha
Aqui não há love, aqui só há droga
Não toca no jogo se tu não joga
Qual é porra?
Estamos no topo do fundo brother
Estamos na onda do fim, goza
Levamos os pesos da vida noutra
Ninguém sai vivo daqui!
Baza se não tens dinheiro, gastas para esquecer
Nadas no viveiro, vives p'ra morrer
Quem dá mais? Quem dá mais? Direito é sofrer
Liga o teu ecrã e escolhe o que comer
Falas nesse beco calam-se
Preso e culpado por não ter gozado a vida mais!?
Não tenho tempo, nem pensamento
Vou na corrente que me sustenta
Quero viver inocente para sempre
Bárbara vida mãe
Que mal é que eu fiz bem?
No truque é que eu finjo bem.
Que mal é que eu fiz bem?
No truque é que eu finjo bem.
O escuro ilumina quem?
O escuro ilumina quem?
Na Babilónia...
Drama na Babilónia
Babilónia Drama, hey
Flex na Babilónia
Babilónia Flex, hey
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4. |
Mendigo (ft. Beiro)
04:14
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O que eu quero mais
É curtir cada vez mais
É destruir mais,
Aquilo que queria e digo
Não faço porque sou mendigo
Quero um álbum novo p'ra meter nojo
Nojo a quem me conhece
No fundo ninguém me conhece,
No topo toda a gente esquece
No lixo ninguém remexe,
O luxo todos querem mas ninguém cede
Tenho uma sede que nunca morre, por vezes adormece
Acorda logo quando o som aparece,
Sobe e desce, sobe e desce, shit do best!
Quero beber, quero beber até mais não poder
Pudera, tudo neste corpo entra tão fast
Não tenho vergonha,
Não tenho tudo? Tenho o meu people da zona!
Roda a farra no meio da onda, abre a mochila aqui mesmo na pista
Saca a botelha, afasta a fedelha,
Não tenho paciência p'ra quem me cobiça, p'ra quem me desdenha,
P'ra quem me acusa de não ter juízo,
Não és meu juiz, nem eu sou actriz
Sou filho da casa, sou filha da outra que ninguém repara
Filho da sociedade que me estraga
Filho do vício, primo do estrilho
Neto do bizno, Amigo do amigo,
Daquele amigo que era teu e agora é meu
Agora é meu!!!
O que eu quero mais
É curtir cada vez mais
É destruir mais,
Aquilo que queria e digo
Não faço porque sou mendigo (2x)
Os mothafuckas representam,
Eu dispenso apresentações
Não quero saber quem comanda,
Não quero o teu trono, só quero explosões
Sou maluco, sou gindungo, sou matumbo
Sofro de um mal do tamanho do mundo
Não tenho conserto, mas tenho concertos
Desconcerto mentes na linha da frente,
Com uns quantos versos, com uns quantos versos
Talhados a sangue e ferro,
Levo esta condição mesmo a sério,
Quem vem de baixo não volta mesmo
Quanta fome, quanto lixo
Quanta merda tive de aguentar
Para chegar a nenhum lado
Agora o meu fado é outro
Estou noutra margem com vista de ouro
Caguei no dinheiro sou louco
A minha fortuna é o gozo!
A minha fortuna é o gozo!
Eu cá me afogo no ócio
Estrangulo a morte enquanto posso
Estalar mais um osso
Mergulho mais fundo no poço
Aumento um pouco mais a dose
Aumenta um pouco mais a tosse
Bebo um pouco desse grog
Foda-se, este mambo é forte!
Deixo a mente voar para bem longe
Sou pedrado, não sou monge.
Fujo p'ra outro lugar muito melhor
Do que esse mundo tem pra me dar,
Eu vou mergulhar, eu vou me afogar,
Para me perder, até me encontrar
Onde irei cantar, yeah!!!
O que eu quero mais
É curtir cada vez mais
É destruir mais,
Aquilo que queria e digo
Não faço porque sou mendigo
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5. |
Jogo Baixo
03:58
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Quem quiser morrer que diga
Tenho o meu dedo pronto a apertar o trigger
Sujo a minha cara todos os dias, sou nigga
Tou-me a cagar pra toda a gente que o sinta
Fixa a minha cara linda brinca com as tuas ninas
Dicas e brigas são o pão do dia
Conversas da treta vendem que nem ginja
Estamos ricos meu brotha, quem diria?
Diga, diga, diga o que quiser
Tou-me a cagar pra toda a gente que me quer (foder)
Estou fora da linha, fora do controlo
Paga o que deves, não tocas no meu bolo
Eu vim p'ra ficar, vim do outro lado
Esquece quem controla o jogo, mano, eu baralho!
Dou cartas a carteiristas que tu pagas
Falas e mais falas não passam de penas, bro, eu tenho asas!
Benvindo ao jogo baixo
Brotha come brotha
Sista fode sista
Os cães na parada fomentam a seita
Enquanto os gatos limpam a colheita
Lembra-te que o sonho vive-se acordado
Dormiste na praça e foste banhado
Acordaste fora da zona de onde vens
Tentaste ligar mas o tele não tens
Estamos à parte da sociedade que nos cala
Parte essa montra, acabaram-se os saldos, não fala!
Bala na cara de quem manda!
Bandana na boca de quem mama!
Sufocamos corruptos com grana!
Acabamos com quem gama!
Põe esses putos de gatas, desarma à chapada
Novelas de fama só p'ra quem derrama sangue
No fim do lance, quem não mata perde
Quem não come dança!
Benvindo ao jogo baixo
Brotha come brotha
Sista fode sista
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6. |
Underground
04:07
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Quem é que vai ao centro agora?
Quem é que vai pegar no mic?
Ninguém sai daqui p'ra fora
Quem não fala ouve, foda-se!
Hoje o mic é meu, a palavra é minha
Quem não chegou primeiro perdeu
Sou daqueles gajos mesmo chatos
Que não se cala quando fala
Quero ter o meu tempo de antena
Dizer qualquer coisa, qualquer cena
No underground ninguém nos ouve,
Do underground ninguém se lembra, foda-se!
Cá em baixo é muito escuro,
Cá em baixo é mesmo escuro
Tão escuro que a vida só sorri
P'ra quem morrer primeiro!
Aqui ninguém nos ouve
Daqui ninguém se lembra
Somos a vanguarda eterna
De gerações cuja voz não soou
Ouço os ventos do amanhã
De um futuro que nunca virá
Sou um péssimo pessimista
Que pregoa aos nossos ratos orishás, foda-se!
Todos os dias são uma luta para ver a luz
Todos as noites são uma guerra
Os pesadelos são a nossa cruz
Não temos tempo a perder
A nossa vida está por um fio
Não temos nada a temer
Não nos vão calar o pio, foda-se!
Regra nº1 deste clube:
Não podes falar deste clube!
Regra nº 2 do clube:
Não fales deste clube, foda-se!
Regra nº 3:
Uma luta de cada vez!
Regra nº 4:
Toda a gente combate!
Regra nº 5:
Todos param quando ouvirem um grito!
Regra nº 6:
Aqui dentro não há reis!
Regra nº 7:
Numa luta ninguém se mete!
Regra nº 8:
Quem vence não ganha biscoito!
Regra nº 9:
Aqui dentro toda a gente come!
Regra nº 10:
A luta é todos os dias e não uma vez por mês!
Regra nº 11:
Ninguém aqui trabalha para o bronze!
Regra nº 12:
Não fales deste clube, foda-se!
Não temos tempo a perder
A nossa vida está por um fio
Não temos nada a temer
Não nos vão calar o pio, foda-se!
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7. |
Adrenalina
04:38
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Sai da frente, sincroniza
Com o caos aqui na Lisa
Quem não faz só analisa
E quem caça traz a guita
P'ra casa, a família ressaca
Quer comida rápida, a mesa está fraca
Migalhas não duram, os ratos perduram
A vida é fodida p'ra quem se segura
Não há tempo p'ra descansar
Deitaste-te agora? Levanta já!
Água quente? Nã! Roupa pronta? Nã!
Chegar cedo? Yah! Tempo p'ra mim? Não há.
Corre, corre mais, não pára
Flex, flex, flex na estrada
Mais rápido que hoje é quarta
A minha vida é uma autoestrada
Dança firme e sem demora
A adrenalina flui no teu corpo agora
Na cidade tudo se atropela e ninguém te chora
Larga tudo e vai daqui p'ra fora
Corre atrás do teu verde
Não te deixes atropelar
Liberta-te por dentro
Para o sonho te alcançar
Muito peso nos ombros, trago uma comunidade no lombo
Aqui o trabalho é longo, retorno é p'ra quem alimenta o sonho
Não fiques parado no gozo, atrasado no golo, fardado de estrondo,
Liga-te á vida ou nada, que a morte por ti não tarda!
Levanta do chão, levita no ar
Aprende a sorrir que a vida também brinca
Abre o coracão, deixa a vida entrar
Não vês aquilo que realmente precisas?
Swag! Flex! Ginga! Corre!
Vinga! Nigga! Sai! Cala!
Estica! Vai! Bule! Bala!
Estrondo! Dá-lhe! Bate! Salta!
Fica! Bebe! Fuma! Baza, baza, baza!
Dança firme e sem demora
A adrenalina flui no teu corpo agora
Na cidade tudo se atropela e ninguém te chora
Larga tudo e vai daqui p'ra fora
Corre atrás do teu verde
Não te deixes atropelar
Liberta-te por dentro
Para o sonho te alcançar
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8. |
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A toxina flui pelas veias de um indivíduo morto numa esquina
Agarrado a uma seringa dispensado pela vida, olho para o lado siga
Não páro, não olho, não quero ser uma testemunha da cidade,
Ninguém sabe o que é a verdade mas toda a gente sabe
que a mentira é lavável, mentes curtas são fáceis de ruir.
A sério! Não estou a mentir apesar de rir de tudo
Sou cego, surdo e mudo.
No silêncio está a farsa e a virtude anda fraca,
Deslizo pela cidade de maca, sem makas
A chuva ácida é o meu soro e o fumo negro é meu dono
Um adorno na existência que reprovo enquanto o meu povo morre,
Continuo sóbrio, conformo-me com o óbvio, apago o meu código
Alimento o teu ódio, fico paranóico.
Mais perto de mim morto,
Mais longe de mim próprio.
Vaaaaai! Tenta a tua sorte na cidade grande
Saaaaai! De dentro p'ra fora de nunca p'ra sempre
Caaaaai! Da colina verde para o chão cinzento
Aaaaaai! Não consegues vingar-te nesse sustento
Quanto queres pela tua liberdade?
Quanto pedes pela tua sanidade?
Fica d'olho bem aberto, protege a tua enquanto eu entretenho
Ninguém p'ra te dar conforto, tens de aguentar
Vida de cidade é um esgoto, não tens de ficar
Hienas olham de lado, ninguém sabe quem é quem
A desconfiança é tal, não importa de onde vens.
(Refrão)
Vaaaaai! Tenta a tua sorte na cidade grande
Saaaaai! De dentro para fora de nunca para sempre
Caaaaai! Da colina verde para o chão cinzento
Aaaaaai! Não consegues vingar-te nesse sustento
Aaaaaahhhh!
Aaaaaahhhh!
Aaaaaahhhh!
Aaaaaahhhh!
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9. |
Babilónia
06:17
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Quem não tem nada não
Fica na Babilónia são
Tronos de sangue em vão
Todos desta pra melhor
Quem não se insurgir já
não ficará pra contar!
Quem não acreditar
não ficará pra lembrar!
Quem não se unir não vai
parar de fugir, meu irmão!
E se fugires não tenho
rancor de ti, minha irmã!
Junta-te a nós minha irmã!
Junta-te a nós meu irmão!
Juntos somos mais fortes
Separados é que não!
O sistema não nutre amor por nós
O problema reside no medo
O medo impede que o sonho vá
Por aí cultivar mais sementes
Quem não tem nada não
Fica na Babilónia são
Tronos de sangue em vão
Todos desta pra melhor
De onde vens? Onde vais?
Onda vem, onda vai
Quem te viu? Onde estás?
Onda vem, onda cai
Quem te tem? Quem te dá?
Ontem sim, hoje não
Quem te tem? Quem te dá?
Ontem sim, hoje não
Quem não tem nada não
Fica na Babilónia são
Tronos de sangue em vão
Todos desta pra melhor
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10. |
Medos & Manos (ft. Arit)
06:29
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Os meus manos não acreditam em mim
Os meus medos acreditam
Alguns manos acreditam em mim
Sem caminhos bifurcados perpétua afinidade
Se enriquece laços dos meus medos alguns fazem retratos
Um esboço rasurado, crava em mim a bruta febre
Farpas furos, estilhaços, transformei em poeira o sopro,
Divindade com silêncio o diálogo,
Arte exílio retirado, num dilúvio criativo,
Sei do risco de naufrágio, eis minha ilha, meu abismo
Diante disso, abismado, como um auto-latrocínio
Válvula de escape alívio, onde meus demónios bailam,
Nona sinfonia de Beethoven, vejo em mim o próprio medo
Um estar dualidade, personagem fictício, cúmplice da própria morte
Nos cumes do desespero, logo queda livre
Alguns manos não acreditam em mim, pérolas nascem de crises
Meu cenário determino, não os vejo por aqui, porque não temos raízes
Não somos amigos, não beberam do meu íntimo; de onde meus medos acreditam...
Os meus manos não acreditam em mim
Os meus medos acreditam
Os meus manos não em acreditam em mim
Fazem de conta que vivem em mim
Nunca ligam p'ra saber de mim
Onde estás meu irmão Caim?
Onde estavas quando precisei de ti?
Onde lavas essas duas caras?
As mágoas calas não dizes nada
Cala-te agora sou eu quem fala mal
Sou quem traz a arma, não duvides, pára
Sem dinheiro estava, 1000 concertos dava
Voltava p'ra casa, sem as contas pagas
No escuro nadava, deve ser do karma
Toda a gente paga, nesta minha fábula
não há contos de fadas, foda-se onde estavas?
Vou varrer a casa, vou comer carcaças
Vou colher a lavra, vou cuspir mais lava
Vou ganir bem alto, vou rugir meus prantos
Digerir os sapos, discenir o antes
Abafar os cantos, polir diamantes
Vou vendê-los caros, estou farto de escarros
Sai já do meu carro, estás todo cagado
Bro tu és um cágado, bro tu és um fardo
Já vivo o meu fado, já tenho os meus gastos
E tu só me gastas, sugas minh'alma
Que era muito calma, agora é salgada
Mas não sou tempero do teu pensamento
Não sou um borrego nem tu o novelo
Desse teu enredo que é só sofrimento
Bro não queres falar, tu só queres calar
As vozes que em ti vivem, vozes que te dizem
O quão ausente estás, de ti não te vás
Um irmão alimentas não comes por trás
Os meus manos não acreditam em mim
Os meus medos acreditam
Agora estou no topo bro
Agora estou a viver o sonho
Agora não sou sonhador
Agora sou eu quem tem o dom
Agora já gostas do meu som
Agora queres dar mais atenção
Agora já gostas do meu tom
Agora queres um pouco do bolo
Agora sou cereja no topo
Agora respirar um pouco
Agora vou enconstar um coche
Cala-te e conduz o meu Porsche, yeah!
Sentirás o sabores do topo,
Topou com o silêncio de muitos
Os que permanecem ilesos aos fortes mares,
Abrupto caminho,
Pulsa no sangue o alívio,
Carrego alquimistas comigo
Do ouro de algumas amizades sinto,
Do topo vejo mais claro brindo
Festejo ao meus medos e à queda dos inimigos,
À coragem e o sentido
Nobreza de espírito,
Os medos supero de onde tudo acredito,
Coragem e o sentido
Nobreza do espírito
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11. |
Huawei (ft. Razat)
02:17
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Rimas são caras na vida de um gajo
Puxa da melhor que tens mas não falhes
Entra na roda, desvia a facada,
Envia de volta e acerta na cabra
Cada verso é uma nota de cem
Acaba essa rima, não vem que não tem,
Pega no mic, incendeia a plateia
E rega com whisky para ver se ela arde bem, arde bem
Aqui em cima tudo vai e vem
Tudo sobe a mil e 100,
todos querem tar na foto
Inventa uma pose no game
666 número do gajo que contratei
Tudo o que aprendi ontem reneguei
Se dormi hoje, nem sei
Não conto horas no meu
Huawei!Huawei!Huawei!Huawei!
Sempre a correr, não páro p'ra ver
Não tenho tempo porque o tempo é dever
Agora sou eu que faço acontecer
Traz a família e amigos, vais crer!
O tele não pára p'ra respirar
O meu agente só me quer a tocar
A minha vida é a cantar e encantar
Toda a gente sabe onde encontrar-me
Estou na lua, vim fumar um
No estúdio a fazer um número 1
Estou no palco a espalhar voodoo
Quando passo no ecrã: Boom! Boom!
Estou nas nuvens, no meu harém
A arrebentar rebentos sabe bem
Como como nunca e bebo champagnhe
Rejeito chamadas no
Huawei! Huawei! Huawei! Huawei!
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12. |
O Ritmo (ft. Razat)
04:38
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Faz muito calor cá fora
E os putos na esquina esperam
Que o cash caia numa hora
Como a chuva que em Abril vem
Carros passam em marcha lenta
Corpos claros procuram bronze
Cada um segue o seu rumo
Aqui tão perto mas tão longe
Bebo água e não sinto nada
Dá-me um coche dessa cevada
Porque a vida em mim já não nada
E eu não gosto de viver sóbrio
Não sei o que faço cá fora
Vou mas é voltar para dentro
Antes que a noite caia agora
E me engula para sempre
O ritmo da cidade não pára
A vida desta gente não anda
O sol que brilha no céu não sara
A dor que pulsa cá dentro é que manda
O improviso na cidade não pára
Fica na tua senão vais ser atropelada
Um gajo anda nesta Babilónia p'ra fazer nada
Fumemos um blunt p'ra sintonizá-la
Não quero saber da vida dos outros, sista, continuo na minha
Quero viver outra vida pois já não estou a aguentar
Não acredito naquilo que digo pois não há
Forças para voltar para casa
Sente o calor que passa por nós
Gente não sente o seu passo atrás
Máquinas transpiram seu suor
Para que o amanhã seja melhor que ontem
Esta vida não foi feita pra mim
Minha irmã vamos sair daqui
Hoje não chove nem cai pilim
O tempo corre e não pára aqui
Cruza os dedos e faz muita força
Para que o teu desejo fuja da forca
O ritmo da cidade não pára
A vida desta gente não anda
O sol que brilha no céu não sara
A dor que pulsa cá dentro é que manda
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13. |
Ângela Polícia Antwerp, Belgium
"Ângela Polícia é uma manifestação de intervenção social e espirros emocionais.
Numa fusão de vários estilos musicais
urbanos como hip-hop, dub ou punk, Â.P. aborda temas variados como consciencialização, injustiça, violência, depressão, união, rotina, boémia ou sobrevivência.
Não é preciso esconder as armas e o material que este Polícia está do nosso lado."
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